17 anos para um recall? O que a Honda tem a dizer aos proprietários da CBR 1000RR?

A Honda anunciou recentemente um recall para dois de seus modelos mais icônicos: a CBR 1000 RR, fabricada entre 2008 e 2015, e a CRF 1100L Africa Twin, anos 2023 e 2024. De acordo com a montadora, os reparos incluem desde a substituição da bomba de combustível até a atualização de software para correção do controle de tração.

Mas, enquanto a notícia reacende preocupações sobre segurança, ela também levanta uma questão incômoda: por que a Honda demorou tanto para reconhecer os problemas na CBR 1000 RR?


No caso da CBR 1000 RR, a falha na bomba de combustível pode interromper o fluxo de gasolina, desligando o motor de forma repentina e, potencialmente, colocando os ocupantes em risco de acidentes graves ou fatais. A Honda convoca 6.789 unidades para inspeção e, se necessário, substituição do componente defeituoso.

Embora o reparo seja gratuito, o que chama atenção é o intervalo de 10 a 17 anos entre a fabricação dos modelos afetados e o chamado para recall.

Onde estava a Honda todo esse tempo? Proprietários dessas motocicletas passaram anos confiando em suas máquinas, sem saber do risco iminente. E agora, além da preocupação com a segurança, muitos enfrentam uma possível desvalorização no mercado devido ao histórico do problema.

Será que um reparo gratuito basta? A montadora deveria, no mínimo, oferecer reembolsos pelos custos já enfrentados pelos proprietários, como trocas particulares da bomba de combustível ou consertos emergenciais realizados antes do anúncio do recall. Afinal, a confiança no pós-venda também é um pilar importante na escolha de uma marca.


Enquanto a Honda demorou uma década para agir no caso da CBR 1000 RR, o recall da Africa Twin (2023-2024) mostra uma postura mais ágil – mas ainda assim preocupante.

Com 2.160 unidades convocadas, o problema aqui está no “Controle de Wheelie”, que pode apresentar falhas durante acelerações bruscas, reduzindo a eficiência do controle de tração além do esperado.

A solução, segundo a Honda, é uma atualização do software do módulo de injeção eletrônica, realizada gratuitamente nas concessionárias autorizadas. O agendamento já está aberto para os proprietários, que podem iniciar os procedimentos a partir do dia 9 de janeiro de 2025.

Mas, novamente, fica a pergunta: como um modelo tão recente já apresenta uma falha eletrônica crítica? Se problemas de software estão surgindo tão cedo, o que esperar do desempenho a longo prazo desses sistemas cada vez mais complexos?


Embora recalls sejam comuns na indústria automotiva, eles também revelam brechas nos processos de desenvolvimento e testes de qualidade. No caso da Honda, o contraste entre o tempo de resposta nos dois modelos revela um padrão preocupante

Para os donos da CBR 1000 RR, a demora beira o descaso. Muitos passaram anos em risco, e os custos já assumidos por eles dificilmente serão ressarcidos.

Já os proprietários da Africa Twin estão diante de um problema que, felizmente, foi identificado mais cedo – mas a confiança na marca pode ficar abalada por falhas tão recentes.


Se você possui um dos modelos convocados, o agendamento já está disponível no site oficial da Honda: www.honda.com.br/recall. Também é possível entrar em contato pelo telefone 0800-701-3432, de segunda a sábado.

Não deixe de verificar se sua moto está incluída na lista e, principalmente, guarde o histórico de reparos. No caso da CBR 1000 RR, essa documentação pode ser essencial caso os proprietários decidam pressionar a Honda por indenizações futuras.

E aí, polêmicos? Será que a Honda deveria reembolsar os donos da CBR 1000 RR pela demora absurda ou o recall gratuito já é suficiente? Comente em nossas redes sociais e vamos polemizar sobre o assunto!

Ainda bem que a Honda foi rápida dessa vez – pelo menos no caso da Africa Twin. Porque, sejamos sinceros, esperar 17 anos para corrigir um problema como o da CBR 1000 RR é mais tempo do que muita moto dura na mão de um piloto dedicado.

Se você é proprietário de uma dessas máquinas, não relaxe. Fique atento a qualquer comportamento estranho na sua moto. Um barulho diferente, uma perda de potência ou até aquele engasgo na partida podem ser sinais de alerta.

E se sua moto já passou da garantia, não espere um recall cair do céu. Corra para o seu mecânico de confiança e investigue. Afinal, confiar que o problema vai se resolver sozinho é como esperar que a gasolina do tanque se multiplique milagrosamente.

Porque, convenhamos, ninguém quer ser o próximo a descobrir, no meio de uma curva, que o motor resolveu tirar uma folga inesperada. Segurança em primeiro lugar – não espere 17 anos para agir!

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