As motocicletas movidas à gasolina devem continuar existindo, diferentemente dos automóveis, que enfrentam pressões para se tornarem elétricos. A discussão sobre o futuro das motos, seja a combustão ou elétricas, segue quente em um cenário de paixão pelo motociclismo. E isso vale tanto para as ruas quanto para as pistas.
Moto elétrica é fantástica até a energia acabar… aí ela vira uma ‘bicicleta premium’ que só não vem com os pedais.

Para a KTM, uma das marcas mais influentes do setor, a resposta é clara: “Os motores a combustão vieram para ficar”, declara Stefan Pierer, CEO da empresa.



Pierer acredita que motos elétricas são adequadas para modelos menores, como scooters e ciclomotores, mas não para motocicletas de maior porte. Com uma vasta experiência na indústria, ele está à frente da KTM, que vendeu 377.200 unidades em 2023, mantendo uma posição de liderança na Europa. A Pierer Mobility AG, que também controla as marcas Husqvarna, GASGAS e MV Agusta, se destaca no segmento.
Durante uma entrevista à GP One, Pierer defendeu o uso dos motores tradicionais com grande convicção. Ele acredita que até 2035, pelo menos, a combustão continuará sendo a melhor escolha para as competições de MotoGP, sem ver alternativas viáveis no horizonte.

Além de liderar a KTM, Pierer também preside a Associação dos Fabricantes Europeus de Motocicletas (ACEM), onde todos os grandes nomes da indústria discutem os próximos passos do setor. Segundo ele, a visão para o futuro das motos é clara:
modelos menores, como os de até 15 HP (classe A1), devem ser eletrificados nos próximos dez anos, principalmente na Europa. Contudo, para motocicletas maiores, o foco deve continuar sendo os combustíveis fósseis.

Pierer chegou a criticar veementemente a transição para a eletromobilidade, chamando-a de “um absurdo promovido por políticos que não entendem de ciência“. Como exemplo, ele destacou o MotoGP: para cobrir a distância de uma corrida com a potência atual de quase 300 HP, seria necessária uma bateria de 500 kg – algo que ele considera impraticável. Pierer ainda mencionou que, durante anos, os motores a combustão são a razão pela qual milhares de fãs assistem às corridas.

Outra crítica à eletromobilidade no motociclismo foi sobre as baterias das motos elétricas usadas no MotoE, que são recarregadas com geradores a diesel, emitindo CO2. Para ele, a solução atual é simplesmente ineficiente e contraditória.
Opinião do Guru
Stefan Pierer aborda um assunto polêmico. De fato, para motos de até 15 hp, o motor elétrico pode ser uma boa alternativa nos centros urbanos. No entanto, ainda enfrentamos grandes problemas que precisam ser resolvidos antes de implementar veículos elétricos de forma massiva, como a necessidade de um carregamento mais rápido, já que atualmente é preciso esperar no mínimo 4 horas.
Além disso, antes mesmo de adotarmos a eletrificação em larga escala, podemos tomar outras medidas para melhorar nosso planeta, como investir em energias renováveis, promover a eficiência energética, incentivar o uso do transporte público e desenvolver infraestruturas para mobilidade sustentável. As usinas termelétricas, que geram energia elétrica por meio da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural, são amplamente utilizadas em diversos países, incluindo China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Alemanha, Japão, Brasil, Austrália, África do Sul e Reino Unido. Embora sejam fundamentais para atender à demanda energética atual, essas usinas contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa e a poluição do ar, impactando negativamente o meio ambiente e a saúde humana.
A adoção de veículos elétricos, como motos elétricas, surge como uma opção promissora para melhorar a qualidade do ar e reduzir as emissões no setor de transporte. No entanto, é importante reconhecer que a implementação de motos elétricas é apenas parte da solução. Antes de priorizar essa transição, é essencial abordar questões estruturais mais amplas, como a dependência de usinas termelétricas que utilizam combustíveis fósseis. Investimentos em energias renováveis, melhorias na eficiência energética, práticas industriais sustentáveis e políticas ambientais rigorosas são medidas que devem ser ajustadas e implementadas primeiramente. Somente com uma abordagem integrada e abrangente será possível promover melhorias significativas para o planeta e alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.