Olá, polêmicos! Vamos conhecer mais um projeto de uma Cafe Racer minimalista bem fora do script, com design moderno único e um coração de guerreiro da velha escola. Está preparado para decolar em cada detalhe dessa obra de arte construída em mais de 600 longas horas de trabalho? Apertem os cintos e sigam-me os bons!
Em 2017, a Earth Motorcycles, da Eslováquia, solicitou a um designer industrial da Bulgária a criação de um visual sutil para a Yamaha Virago 920 de 1984, que valorizasse a sua característica de design principal: o grande motor em V que, afixado pela parte superior por um chassi curvo, parece flutuar.


Após meses de trabalho e centenas de sketches, conseguiram chegar ao projeto final, que foi totalmente remodelado em 3D, a partir do escaneamento do chassi da Virago com scanner industrial. A partir daí, foi dada a largada na fase de fabricação dessa moto única, que buscaria representar uma asa de falcão sobre rodas, com tanque e banco projetados em uma peça única com formato de uma curva fechada com pico acima do motor.

O cockpit definitivamente foi o ponto principal dessa criação e tecnicamente o mais complicado de trazer para o mundo real. O primeiro passo foi a impressão 3D do protótipo, que, pelo comprimento, precisou ser impresso em 4 partes e colado. Essa amostra permitiu realizar todos os testes e ajustes de encaixe e assentamento no chassi, assim como visualizar seu casamento com o visual final desejado para a moto.



Em seguida, fizeram um molde positivo de madeira e o molde negativo final. A partir daí foi possível produzir a peça definitiva em fibra de vidro especial e epoxi resistente à gasolina. As camadas de fibra foram dispostas em um padrão específico para manter durabilidade e flexibilidade e antes da última camada foram coladas as roscas e o bocal da tampa. Para finalizar, muitas horas de lixamento e acabamento de pintura.


O subchassi que segura a parte traseira dessa estrutura resumiu-se a dois pequenos suportes feitos sob medida em formato de arco e parafusados diretamente no chassi. O mesmo design foi utilizado na criação dos suportes das pedaleiras.

Para contrastar com todas essas curvas, essa máquina recebeu canos de escapamento retos de inox, inspirados na flauta de dois tubos de grandes dimensões tradicional da Eslováquia, de nome Fujara, de onde também tiraram o apelido para esse projeto.




Outras modificações que podemos identificar espalhadas pela moto são os garfos 15cm mais baixos, semi guidões, novas mesas CNC com luzes indicadoras e mini painel embutidos, interruptores custom, farol clássico, banco custom sob medida, luzes traseiras embutidas no cockpit, e novos pneus, filtro de ar esportivo e amortecedor traseiro. Por sua vez, os criadores optaram por manter com pequenas modificações as rodas e a balança originais, que casaram muito bem com o visual final alcançado. A pintura geral em preto profundo constratou de forma elegante com o motor completamente restaurado na tonalidade alumínio. Poucos detalhes em vermelho muito bem distribuídos trouxeram alguns pontos de cor à moto.

Fujara é um belo exemplo de que é possível ir bem além no design, mas que cruzar certas barreiras também pode sacrificar um pouco (ou bastante) o conforto na pilotagem. Definitivamente esse modelo não deve ser dos mais confortáveis em passeios mais longos do que algumas quadras. Com certeza essa deve ter sido uma decisão consciente da equipe, de priorizar a estética e o desafio de realizar algo com uma dificuldade técnica tão alta. Isso não tira nenhum pouco o mérito do resultado alcançado pela Earth Motorcycles, mas fica como um alerta para aqueles que querem ter uma moto como essa. Puxar mais para a estética em detrimento de algum quesito de usabilidade ou até mesmo de funcionamento mecânico deve ser um ponto muito bem conversado entre cliente e oficina na hora de criar um exemplar customizado.


E você, toparia “decolar” em um projeto como esse? Compartilhe com seus amigos e deixe sua opinião nas nossas redes sociais.