E aí, polêmicos! Hoje, vamos falar de um assunto complexo, onde todos os lados acham que são donos da razão: andar no corredor é certo ou não? Inúmeras vezes assistimos discussões no trânsito sobre esse polêmico assunto e acabamos no final ficando na dúvida se pode ou não trafegar no corredor. Para entender mais sobre esse assunto, vamos falar de uma forma leve e divertida sobre isso. Sem mais delongas, sigam-me os bons!
Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto!

E assim começa o grande debate sobre como carros e motocicletas podem coexistir em paz no caótico trânsito das cidades brasileiras.

MOTOR.: Você não entende, cara. Eu preciso mudar de faixa, mas a gente nunca sabe de onde vocês vão brotar, aparecem do nada!
MOTOC.: Do nada, é? Pois se você pilotasse uma moto, saberia que eu também não tenho como adivinhar suas mudanças de faixa repentinas. Se você se lembrasse de olhar o retrovisor e dar seta, já seria uma grande ajuda.
MOTOR.: Você fala como se fosse fácil dirigir em um congestionamento e ainda ter que lidar com um monte de motoqueiros ziguezagueando entre os carros. E correndo o risco de um de vocês quebrar o nosso retrovisor e ir embora, sem sequer parar pra olhar o prejuízo que causou.

MOTOC.: Se vocês usassem o bom senso e deixassem o corredor livre, a gente ia embora sem esbarrar em retrovisor nenhum e todo mundo ficava feliz, mas tem motorista que tem o prazer de fechar a passagem. Já parou pra pensar que pra gente é preferível passar no corredor pra não ficar parado entre os carros? As chances de sofrermos uma colisão traseira são muito maiores. Não é só uma questão de agilidade, mas também de sobrevivência. E outra, tenta ficar se equilibrando em duas rodas andando a 20km/h e tendo de parar toda hora.
MOTOR.: Nunca tinha pensado por esse lado… Mas vocês também andam muito rápido no corredor, às vezes a gente olha no retrovisor, acha que está livre e quando vai sair com o carro vocês já estão em cima. E além disso, motoqueiro não quer nem saber quando a gente dá seta e precisa mudar de faixa, vai vindo um atrás do outro naquela fila interminável e é raro um que reduz e dá passagem. E ainda fazem um buzinaço na cabeça da gente.
MOTOC.: É, isso realmente deve ser um saco mesmo.

E assim, ambos começam a entender as dificuldades enfrentadas pelos outros. Enquanto isso, no canto da cena, surge o guarda de trânsito, folheando suas páginas.
G: Ah, o nosso famoso corredor… O Código de Trânsito Brasileiro não proíbe, mas também não possui regulamentação específica sobre a circulação de motocicletas nos corredores, somente determina que é preciso guardar distância de segurança lateral e frontal dos outros veículos. Porém, como não fala exatamente qual deve ser essa distância, ficamos naquele terreno nebuloso e essa prática pode estar sujeita à interpretação das autoridades de trânsito.

MOTOC.: Aí fica difícil, seu guarda. Como vão ficar os serviços de entrega se a gente tiver que andar igual carro? É muita gente que tira o sustento de casa com os serviços de motoboy seja pra empresas ou aplicativos. Sem falar como vão ficar os engarrafamentos né. As motos desafogam muito o trânsito de hoje pela sua agilidade e pelo pouco espaço que ocupam, além de danificarem muito menos o asfalto.
G: Sim, motociclista, foi justamente por todas essas questões que leis proibitivas sobre transitar no corredor vem sendo vetadas até hoje. As motocicletas são fundamentais para a economia das grandes cidades, o setor de entregas depende muito de vocês. E se tirarmos das motos a possibilidade de transitar no corredor, perderá uma das suas principais finalidades que é permitir deslocamentos mais rápidos, e o impacto no trânsito seria muito negativo.
MOTOC.: Imagina o trânsito desse jeito e ainda ter que lidar com tanto motorista distraído mexendo no celular, com vidro fechado e música alta? Ia ser um acidente atrás do outro.
MOTOR.: Mas nem sempre é distração não, seu guarda. Motoqueiro ultrapassa a gente de tudo quanto é lado. A gente está atento no retrovisor aonde eles podem passar no corredor, e quando vê passa um do outro lado perto da calçada. A gente para em uma esquina, olha um segundo pro lado pra ver se vem alguém e quando vai arrancar já tem um na nossa frente. Qualquer mínimo espaço é lugar para eles irem se enfiando.
G: A verdade é que cada um tem que fazer a sua parte. O artigo 252 do CTB deixa bem claro que utilizar celulares enquanto dirige é infração gravíssima. E a liberação de andar no corredor não permite essas manobras que a gente vê motociclistas fazendo todos os dias, que oferecem riscos aos outros e a eles mesmos, sem falar nos pedestres. Vocês precisam dar tempo para que os motoristas possam visualizar que estão se aproximando e sinalizar bem o que irão fazer.

No final, o que todos estão percebendo é que empatia e respeito são fundamentais. Experimente, motorista, andar de moto por um dia. Você vai ver que a sensação de vulnerabilidade é real. E você, motociclista, tente entender as limitações de um carro, com seus pontos cegos, tempo de frenagem maior e menos agilidade para mudanças de direção. É preciso que todos os lados estejam dispostos a aprender, respeitar e compartilhar de forma pacífica as vias da cidade. Afinal, a paz no trânsito depende de uma única coisa: a disposição de todos em cuidar de si e dos outros. O trânsito só se tornará um lugar seguro quando todos, motoristas e motociclistas, reconhecerem as limitações e vulnerabilidades uns dos outros, e agirem com responsabilidade e cooperação.
E assim se encerra essa pequena fábula da vida real. Cortina desce, e o público aplaude.
Opinião do Guru
Devemos ser mais pacifistas no trânsito porque, no fim das contas, todos estamos apenas tentando voltar para casa em segurança. O trânsito, com suas motos, carros e ciclistas, é um ambiente complexo e caótico, onde a empatia e o respeito devem prevalecer para evitar conflitos e acidentes. O diálogo sempre será a melhor solução, pois permite que motoristas e motociclistas compreendam as dificuldades enfrentadas por cada um e passem a colaborar mutuamente.
Enquanto discutimos sobre como melhorar a convivência nas vias, é fundamental lembrar que a responsabilidade por mudanças estruturais no trânsito cabe também aos governantes. Cabe a eles investir em infraestrutura adequada, regulamentação clara, fiscalização e campanhas educativas para tornar o trânsito mais seguro e eficiente. Mas enquanto essas melhorias não vêm, precisamos encontrar na cooperação mútua uma forma de tornar a convivência no trânsito mais harmoniosa.
Se cada um fizer a sua parte, seremos capazes de reduzir os riscos e, juntos, pressionar por políticas públicas que garantam a melhoria das condições de mobilidade para todos.