A KTM, renomada marca austríaca de motocicletas, enfrenta uma das piores crises de sua história. Com cerca de 265.500 motos encalhadas nos pátios ao redor do mundo — o equivalente a um ano inteiro de vendas —, a empresa lida com problemas graves de gestão e um cenário de insolvência que abala sua reputação no mercado.
Segundo a publicação alemã Der Standard, o excesso de produção em 2023, mesmo diante da queda na demanda global, resultou em um aumento da necessidade de liquidez de 440 milhões de euros. Esse descompasso entre produção e vendas levou à abertura de processos de insolvência, onde advogados destacaram falhas estratégicas e decisões de gerenciamento como principais responsáveis pelo colapso.
Enquanto o estoque acumulado preocupa, o futuro da KTM parece depender da entrada de investidores externos. A indiana Bajaj, que já possui participação na marca, surge como a principal candidata para assumir maior controle e tentar reestruturar a companhia. No entanto, cresce a pressão para a destituição do CEO Stefan Pierer, responsabilizado por decisões equivocadas e falta de sintonia com o mercado.
Outro ponto crítico é o foco excessivo em modelos premium com preços superiores a R$ 120 mil, enquanto as motos de baixa cilindrada, que poderiam impulsionar vendas, foram negligenciadas. Na última edição da EICMA, por exemplo, esses modelos mais acessíveis ficaram em segundo plano, sem o destaque necessário.
Agora, concessionárias lidam com estoques superlotados e enfrentam o dilema entre manter os preços ou oferecer descontos agressivos para desocupar os pátios. Resta saber como o mercado reagirá e se a KTM conseguirá recuperar a confiança dos consumidores e parceiros comerciais.
