E aí, polêmicos! Aproveitando o anúncio dos modelos que virão para o Brasil da marca Moto Morini, que tal conhecer um pouco mais dos seus 87 anos de história? Então, sigam-me os bons!
Alfonso Morini começou desde muito novo trabalhando com reparo de motos, e, em 1925, juntamente com Mario Mazzetti, fundaram a M.M..
Juntos produziram um modelo monocilíndrico de dois tempos de 125 cilindradas, que obteve um bom sucesso ao longo dos anos seguintes, conquistando vitórias em várias competições e seis recordes mundiais de velocidade no Grande Prêmio das Nações, em Monza, em 1927, tendo o próprio Morini como piloto.

Lançaram ainda outros modelos vencedores, até que, em 1937, Morini saiu da M.M. e fundou a Moto Morini, com fábrica na Bologna, passando a produzir triciclos comerciais de 350, 500 e 600cc. A fábrica foi destruída por bombardeios durante a 2a Guerra Mundial, e, em 1946, Morini recomeçou do zero, com uma nova fábrica, dessa vez retornando à produção de veículos de 2 rodas.

Nesse mesmo ano, foi lançada a primeira moto da marca, o modelo 125 Touring, monocilíndrico de 2 tempos, adequado para as necessidades do pós-guerra, inspirada na melhor 125 da época, a DKW RT.
Na sequência, vieram as versões Sport and Competizione, e esta última proporcionou, em 1948, as primeiras vitórias da marca em competições nacionais.
Em 1949, a fabricante lançou sua 125 de 4 tempos, com 12 cavalos de potência, que fez Alfonso Morini voltar a ter o gostinho de vitória no Grande Prêmio das Nações, em Monza, em 1952, com o talentoso piloto Emilio Mendogni.


Em seguida, foram criados modelos de 175 cilindradas de estrada e corrida, como o Rebello e o Settebello, conquistando diversos prêmios na Itália e algumas corridas de resistência da época, como Milano-Taranto e Giro d\’Italia.
Com um sucesso crescente nas vendas, em 1956, a fábrica da Moto Morini mudou-se para uma instalação maior, sempre na Bologna, e dois anos depois projetaram o modelo 250 GP Bialbero, uma monocilíndrica de 40 cavalos que, em 1963, ganhou a vice-liderança do campeonato mundial, perdendo somente para a Honda por apenas 2 pontos.

Ainda na década de 60, a Morini migrou para eventos off-road e também deu entrada no mercado americano. Em 1969, o fundador Alfonso Morini morreu aos 71 anos, e a empresa passou a ser direcionada por sua filha Gabriella Morini.

Na década de 70, com a chegada do engenheiro Franco Lambertini, a marca lançou modelos de maior cilindrada, 350 e 500 Sport e Strada, com motor bicilíndrico em V 72o de quatro tempos. O Morini 3½ foi um grande sucesso e ainda hoje tem admiradores leais.
Na década seguinte, as motos japonesas modernas e mais baratas conquistaram mercados em diversos países e várias marcas, incluindo a Morini, foram perdendo espaço. Até que, em 1987, a marca foi comprada pela Cagiva que projetou novos modelos, como o Dart 125, além de outros 350 e 500 cilindradas. A falta de interesse por parte da Cagiva nas novas ideias de Franco Lambertini, fez com que ele deixasse a marca.

Mas devido ao pouco sucesso dos novos modelos, a Cagiva foi perdendo interesse na marca e, em 1993, fechou a fábrica de Bologna e, três anos depois, vendeu o nome Morini para o Texas Pacific Group. Em 1999, a marca retornou à família Morini, mas o lançamento de novos modelos ocorreu somente em 2005, com a Corsaro 1200 e a 9 ½, equipadas com motor bicilíndrico em V 87° Bialbero CorsaCorta, com injeção eletrônica e chassi tubular de treliça, projeto por Franco Lambertini que retornou à empresa. Na sequência, vieram os novos modelos Corsaro Veloce, Granpasso e Scrambler 1200.
Devido a turbulências financeiras, a empresa suspendeu a produção e entrou em liquidação voluntária em 2009, e em 2011 foi vendida para a Eagle Bike, dos empresários italianos Sandro Capotosti e Ruggeromassimo Jannuzzelli, por 1,96 milhão de euros. Em 2013, a fábrica mudou para Trivolzio. Gradativamente, a empresa foi retomando a produção de alguns modelos, focando na qualidade artesanal e em edições limitadas. Em 2016, a marca retorna ao Salão de Motos de Milão (EICMA), com a Corsaro ZZ, e em 2017 apresenta a Morini Milano.


Em 2018, a marca muda novamente de mãos e entra para o grupo chinês Zhongneng e recebe grandes investimentos para novos modelos mais acessíveis, de menor cilindrada, visando a expansão em mercados globais. No ano seguinte, são apresentadas no Salão de Milão os seus modelos 650cc, a X-Cape e a Seimmezzo, que foram oficialmente lançados no mercado europeu entre 2021 e 2022.

A Moto Morini expandiu significativamente sua rede de distribuição, estabelecendo presença em 55 países. E, em 2025, vai entrar mercado brasileiro, como parte da estratégia de fortalecer sua presença na América Latina.
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